domingo, 20 de setembro de 2009

A poluição atmosférica das cidades causa câncer?

Sem dúvida, a doença mais freqüente é a inflamação. Durante os episódios de poluição, quando a CETESB avisa que o ar está ruim, muitas pessoas sentem ardência nos olhos, nariz, garganta, traquéia e, por vezes, tossem. A inflamação nada mais é do que uma das formas com que os tecidos reagem perante irritantes químicos, físicos ou microrganismos. Nestas áreas do corpo haverá maior produção de lágrima ou muco e os tecidos ficam vermelhos. Trata-se de um incômodo maior ou menor, porém que depois de algumas horas cessa espontaneamente.

Certamente, alguns poluentes são cancerígenos, principalmente os hidrocarbonetos policíclico aromáticos. A concentração desta substância ou de qualquer outro poluente no ar de São Paulo não é suficiente para causar câncer por si só. Contudo, junto com outros cancerígenos, o cigarro por exemplo, aumentam a incidência do câncer pulmonar que, geralmente, não tem cura. O problema da incidência de neoplasias (câncer) induzidas pela poluição atmosférica de São Paulo precisa ser vigiado porque, repetimos, existem vários poluentes cancerígenos.

É preciso entender a ação do monóxido de carbono (CO), que muitas vezes é o responsável pela má qualidade do ar. Essencialmente, trata-se de uma substância que prejudica a oxigenação dos tecidos e, por isso, é classificado como um asfixiante sistêmico. A substância que carrega oxigênio aos tecidos é a hemoglobina que está dentro dos glóbulos vermelhos do sangue (também chamados de hemácias ou eritrócitos). Ao nível dos capilares pulmonares, a hemoglobina recebe oxigênio do ar que está nos alvéolos e, depois, continua pelos vasos sangüíneos para levar este elemento vital a todos os tecidos. Lá ele troca o oxigênio por dióxido de carbono que transporta até aos pulmões para liberá-lo no ar alveolar e carregar-se, novamente, com oxigênio.

O perigo do CO reside no fato de que impede a oxigenação dos tecidos, que é um fenômeno biológico complexo e suas manifestações clínicas são complicadas. Todos os órgãos necessitam de oxigênio, principalmente o sistema nervoso central. Portanto, casos graves de intoxicação por CO, que jamais ocorrem ao ar livre mas apenas em ambientes fechados (garagens, túneis longos e mal ventilados), provocam confusão mental, inconsciência, parada das funções cerebrais e morte. No caso das poluições atmosféricas de São Paulo, a inalação crônica de CO não é perceptível. No entanto, sabe-se que pode agravar ateroscleroses, principalmente do coração, sobretudo em fumantes.

É importante saber que nas intoxicações agudas ou crônicas, se a vítima não mais respirar CO, após vários dias restabelece-se o ciclo normal da oxigenação celular. A absoluta maioria dos pacientes tem recuperação completa e sem seqüelas, se definitivamente afastados da poluição por CO.

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